segunda-feira, 28 de maio de 2012

Manuel de Oliveira - 'Non' ou a Vã Glória de Mandar - 1990

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Publicado em 01/05/2012 por 
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Non ou a Vã Glória de Mandar - Non ou la Vaine Gloire de Commander - 1990

Baseado na história de Portugal, Non ou a Vã Glória de Mandar, recorda as batalhas travadas pelos portugueses desde o tempo de D. Afonso Henriques até à guerra colonial.

Há quem considere o filme demasiadamente filosófico, por causa das lições do Alferes Cabrita e as perguntas e comentários dos furrieis, dos cabos e dos soldados. Há quem interprete as mesmas palavras como sendo história de Portugal, o facto é que Oliveira desfaz estes mitos no final.

O filme é mais uma reflexão sobre a História de Portugal, do que propriamente história. É uma forma particular de ver alguns acontecimentos que mais marcaram Potugal, ligando a Batalha de Alcácer Quibir ao 25 de Abril. Na primeira morremos e na segunda morreu o Alferes Cabrita.

Non, ou a Vã Glória de Mandar recorre a magestosos cenários de batalha, com a reconstituição da batalha de Alcácer Quibir. Para além do enorme número de guerreiros a cavalo em cena há uma grande diversidade de adereços da época que cada soldado exibe. Uma outra cena idêntica mas como é óbvio com uma outra dimensão é a guerra colonial em África.

« é a glória de mandar. É a glória de mandar - essa de que paradoxalmente D. Sebastião se despede em Alcácer Quibir - é a glória que o narrador se propõe e cuja vanidade a cada momento Oliveira sublinha, destroçando a narrativa, através da singularissima "decoupage" de um dos seus filmes mais fragmentados. Só que o narrador é ele também uma personagem fragmentada e os seus três grandes fragmentos (como Viriato, como Ninguèm e como Alferes Cabrita) viveram dessa glória e para essa glória até descobrirem, nas chamas, nos destroços e no sangue, como essa glória era igualmente vã».*

* João Bénard da Costa - Ficha da Cinemateca Portuguesa, 8 de Março de 1991.


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