quinta-feira, 7 de junho de 2012

Manuel de Oliveira - Famalicão (1940)


banda sonora - português # locução - Vasco Santana
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Enviado por r1chybaker em 25/09/2011

É um documentário sobre a realidade de um sítio nos seus aspectos naturais, culturais que lhe são inerentes. Ao contrário de Douro ..., não é um documentário vanguarda, mas talvez seja uma outra forma de olhar do realizador que se deixa envolver de forma "ingénua" num enredo material, captando-o sem posterior tratamento, como aconteceu com Douro, Faina Fluvial. O trabalho de montagem é a voz "off" de Vasco Santana que lhe dá alguma ritimicidade. Aliás, Oliveira diz que foi feito «a pedido, e para manter o exercício».

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Mini Filme - Documentário de Manoel de Oliveira interessantíssimo em vários aspectos.

Retrata uma sociedade em fase de desenvolvimento pré-industrial. O momento onde o mundo rural começa a fundir-se com a modernidade.

Impressiona ver Famalicão, uma região hoje densamente povoada e fortemente marcada pelo caos urbanístico, aparecer ainda com um ambiente natural / paisagístico que, hoje, só é possível encontrar no Parque Nacional e terras à volta.

De referir que apenas 70 anos, menos do que a vida média de uma pessoa, passaram entre o paraíso Natural de uma terra com todos os recursos e potenciais possíveis de imaginar, e uma actualidade onde já nada poderá reverter a destruição Natural, Patrimonial e Social.

Qual será o nosso futuro e o futuro das nossas terras tendo em conta o rumo actual da civilização?




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Sinopse:
Origens lendárias de Famalicão, centro de comunicação rodoviária e ferroviária entre várias localidades do Norte. As alegres e pitorescas ruas. Acontecimentos registados nos jornais da terra. Edifícios - Hospital da Misericórdia, Câmara Municipal, Monumento a Camilo Castelo Branco, em S. Miguel de Ceide. Trabalho nod campos. Igrejas. Os arredores românticos. Indústrias de fiação e tecidos, de botões e de relógios (única na Península). Aspectos típicos: vindimas, malhadas, feiras.

Observações

"Estes filmes ( "Hulha Branca", 1932, "Miramar, Praia das Rosas", "Já se Fabricam Automóveis em Portugal", 1938, "Famalicão", 1940) , são filmes menores do ponto de vista cinematográfico. Realizei-os durante as pausas. Nessa altura não estava a trabalhar e os amigos pediam-me para fazer filmes. Aceitava, procurava financiamentos mínimos e filmava. Para enganar o tempo... nada mais.

Quando realizei os meus primeiros documentários tinha, consciente ou inconscientemente, um desejo reprimido de ficção, tinha uma tendência para intervir, para pôr em cena, para fazer experimentações..."

Manoel de Oliveira

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